14/03/12

É mais ou menos como se ao lado da minha mercearia tradicional tivesse aberto um Continente no número de cima e um Jumbo no número de baixo

A ideia desta coisa era óbvia. Dados os acontecimentos de ontem e do regresso do verdadeiro artista ficava ridículo continuar com isto. Foi um mês notável, mas eu também já me começava a fartar do brinquedo e a não saber o que fazer com ele. Um grande agradecimento às quase mil almas que ontem passaram por aqui.

13/03/12

Esperem, esperem...

Não se vão embora, por favor, eu prometo escrever umas coisas compostinhas. Vá lá, fiquem mais um pedacinho...

12/03/12

Dá tanto trabalho ter um blog

O rapaz do sétimo, o que mora por baixo de mim, está de amores pela filha da porteira, a Ivette. O rapaz do sétimo fez de conta que nos encontrámos por acaso e pediu-me conselho, que lhe tinham dito que eu era especialista em mal de amores, que eu até tinha um blogue e tudo (e piscou-me o olho, cúmplice). Eu expliquei-lhe que estava melhorzinho disso do mal de amores e lá lhe fui aconselhando que nisto de conquistar as Ivettes deste mundo, o importante é arriscar, arriscar tudo. Eu sei que o rapaz do sétimo é daqueles que fazem tudo pela certa, imagino-o a tomar comprimidos para as vertigens antes de se suicidar atirando-se pela janela abaixo, e senti-o desfalecer. O rapaz do sétimo não vai arriscar, é por isso que as Ivettes nunca percebem que os rapazes do sétimo estão de amores por elas e acabam por ficar com os rapazes que não são do sétimo, o que não é necessariamente uma má coisa.

11/03/12

Um sentimentalão...

O melhor do fim de semana não foi o Cabeça de Burro à temperatura certa nem o ensopado de enguias servido nos avieiros, nem os cinco-zero, nem Chick Corea ao sol-pôr, nem Beckett lido na praia.

O melhor do fim de semana doi o Inter ter, finalmente, ganho um jogo e o pequeno Filippo não ser gozado amanhã na escola.

10/03/12

Quase acontecia...

...um dia sem escrever no blogue!

09/03/12

São só blogues, senhores...

Se eu entro no Eleven e não peço para ver o certificado higienico-sanitário, se entro no avião e não me certifico que o comandante tem brevet, se não peço uma análise ao nível de octanas da gasolina quando abasteço, se não peço ao banco um certificado de capacidade de solvência a médio prazo quando lhes entrego o meu dinheiro, porque razão havia eu de não confiar no que dizem as pessoas que escrevem em blogues?

Cheguei a tempo de ir a Alvalade

O que retive da noite não foi o calcanhar desse mito vivo que é Xandão nem as arrancadas do João Pereira, nem o desperdício do Wolfswinkel, nem sequer o jogo notável do Schaars.

O que me ficou na retina foi o Sá Pinto, punhos cerrados, todo no ar, dois botões da camisa branca desapertados, o forro verde do casaco a ferir-nos os olhos. E os suspensórios, senhores. Os suspensórios.

08/03/12

Dez graus, mas boas abertas

Gosto genuinamente desta cidade, não é a minha cidade, a verdade é que cada vez menos há uma cidade que seja a minha cidade, ainda não decidi se gosto disso ou não. Gosto de descer a Castellana a pé, gosto de saber onde me servem um espresso aceitável, gosto de jantar sozinho num bar de tapas a ver o Barcelona ganhar por muitos aos alemães, penso que nestes dias os espanhóis gostarão de ganhar aos alemães, seja ao que for, ainda que seja o Barcelona e eu esteja em Madrid. Gosto de ler Hemingway quando estou em Madrid e saber exactamente porquê, qual é a ligação, gosto de ficar à conversa com o tipo do bar, bebo uma última caña e fico a saber que no pasa nada, que as coisas vão melhorar, eu concordo, que posso eu fazer senão concordar?

07/03/12

Um homem percebe que não tem grandes preocupações na vida...

...quando a única coisa que o atormenta é escolher um voo que o ponha em Lisboa a horas de ainda ir a Alvalade ver aquilo com o City.

E assim será

E amanhã lá se repetirá o ritual, eles desejar-lhes-ão um feliz Dia da Mulher, sentindo-se uns cavalheiros por se terem lembrado do dia, elas escreverão textos inflamados sentindo-se menorizadas por ainda ser necessário um Dia da Mulher e eu farei como de costume, olharei deslumbrado para elas e perguntar-me-ei como é possível tanta perfeição.