02/03/12

Ao meu desgosto de amor número dois

Lembro-me que era Janeiro e chovia, naquele tempo usava-se chover em Janeiro, lembro-me que o meu cartão pagou um jantar de robalo em cama de legumes com redução de pétalas de rosa, um Chardonnay honesto ajudou-me na nobre missão de a informar que para mim ela era das que eram para casar, lembro-me dela a erguer-se lentamente da mesa, retirar o guardanapo de pano do colo e a colocá-lo em cima da mesa, lembro-me de ela me passar o indicador pelo cabelo sem dizer palavra, lembro-me de num segundo ser só a silhueta dela dentro de um Tom Ford a sair pela porta, lembro-me de nessa noite ganhar ao Blackjack e de regressar a casa com a capota aberta, e chovia, não sei se já tinha dito que chovia, lembro-me que havia um resto de gin no porta-luvas, lembro-me que a vi um destes dias numa inauguração qualquer e ela continuava a ser daquelas que são para casar.

Eu mudei muito, decidi ter um blogue.

3 comentários:

  1. eh eh eh !!
    a sensação de ser livre, sei o que é :)
    Agora,
    num Tom ford ?! e ser daquelas ... não acredito!!!
    isso, só no País das maravilhas :)

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  2. fábia, acredite se quiser, mas eu vivo efectivamente no País das Maravilhas. (Tom Ford assentava-lhe magnificamente)

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  3. Acredito que lhe assentava bem, o que não compreendo é como a rapariga se foi depois de um elogio desses... !!

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